A cerimônia do adeus

Oi meus amores, andei meio sumida né? Aconteceram algumas coisinhas e por força maior tive que sumir. Mas estou de volta! Hoje minha postagem é um pouquinho diferente de tudo que eu já postei aqui, então eu sou muito fã de um casal que recentemente terminaram o relacionamento de seis anos(Eu chorei quando soube a noticia ç.ç) Eles eram tipo tão perfeitos juntos, mas enfim! Não é sobre o término deles que vou falar aqui, é sobre um texto (Quase desabafo) que o Gregório Duvivier (Sim! Aquele do porta dos fundos) publicou no Jornal Folha de São Paulo no dia 08/12/2014 e foi um dos textos que mais me fez pensar esse ano. Então vou compartilhar ele com vocês e espero que vocês se coloquem no lugar da personagem assim como eu fiz, e para ficar uma coisa ainda mais legal, vocês vão ouvir uma musiquinha de fundo da DIVA da Clarice Falcão (É deles que eu falo lá no inicio)
A primeira vez que eu me apaixonei eu tinha 6 anos. O nome dela era Julie Angulo (pronunciava-se julí angulô). Diziam que ela era superdotada. Chegou no nosso ano porque tinha pulado o ano anterior. Por ser um ano mais nova, era do meu tamanho.
Só passou um ano entre nós mortais —logo pulou de ano outra vez e disparou como uma flecha em direção ao futuro. Acho que ela fez a escola inteira assim, brincando de amarelinha com o tempo. Eu, que fiquei preso no meu ano pra sempre, às vezes me pergunto onde ela está, se continua pulando os anos da vida e hoje em dia é bisavó, ou se escolheu um ano bom e resolveu ficar por lá.
Aos 8 anos, me apaixonei pela Fanny Moffette (pronuncia-se faní moféte). Ela era canadense e tinha os cabelos brancos de tão amarelos e olhos cinzas de tão azuis. Tinha uns dez centímetros a mais que eu —dez centímetros aos 8 anos equivale a 80 centímetros hoje em dia.
Um dia, descobriram que eu gostava dela. Começaram a cantar a velha canção, se é que se pode chamá-la assim, posto que só tem uma nota: "tá namoran-do, tá namoran-do".
Ela teve uma reação, digamos, inusitada: pegou a minha cabeça e começou a bater com ela no chão para provar que a gente não estava namorando, que a gente nunca tinha namorado, que a gente nunca iria namorar. Gritava: "nunca, nunca", enquanto batia com a minha cabeça no chão. As pessoas riam. Até que perceberam que a minha testa começou a sangrar.
Aos 11 anos me apaixonei pela Alice. Ficamos meio amigos numa época em que a amizade entre meninos e meninas era tão rara quanto entre israelenses e palestinos. Alice me contava, não por sadismo, mas por ignorância, dos garotos que ela achava "gatos". Um dia, me disse que tinha dado o primeiro beijo. Dei um abraço nela, "parabéns!", e acho que fui chorar no banheiro.
"A vida é uma longa despedida de tudo aquilo que a gente ama", meu pai sempre repete (mas a frase é do Victor Hugo). Todos os amores terminam —alguns amigavelmente, chorando no banheiro, outros com humilhação pública e sangue na testa, outros com a morte. "Para isso temos braços longos, para os adeuses."
Alice se casou e eu estava lá, felizão. Fanny veio me pedir desculpas pelas porradas na cabeça. Somos muito amigos —no Facebook.
Tem uma hora —e dizem que essa hora sempre chega— que para de doer. A parte chata é que, até parar de doer, parece que não vai parar de doer nunca.
"Nunca! Nunca!" gritava a Fanny. 

(Texto publicado no Jornal Folha de São Paulo)


Esse texto nos faz pensar que tudo passa, a vida é um ciclo... No inicio todas as despedidas são dolorosas, mas depois para de doer, vai ser sempre assim. É o ciclo da vida! Espero que gostem do texto do Greg. Um beijo :*
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